A Nokia acredita nos serviços de cloud computing ligados ao celular, mas que essa não é a resposta para tudo. "Um tamanho não serve para todos, e nosso portfólio deve refletir isso", disse Mary McDowell, vice-presidente executiva da companhia na abertura do The Way We Live Next 3.0 na manhã desta terça-feira, em Espoo, na Finlândia.
"A nuvem vai crescer em capacidade, mas aparelhos inteligentes, com mais armazenamento, aplicativos e troca de arquivos serão parte desse ecossistema", afirmou McDowell.
A executiva mostrou a diferença no modo como a Nokia vê e divide mercados emergentes e mais evoluídos. "A web não é só para os ricos. Hoje 4 bilhões de pessoas no mundo têm um celular, e muita gente tem seu primeiro acesso à rede por meio de um aparelho móvel, não um PC. Imagine o que isso significa como serviços, aparelhos e oportunidades", disse.
Uma das respostas, na visão de McDowell, é criar conteúdos "hiperlocais" com soluções móveis personalizadas. "É preciso tornar a tecnologia acessível para o próximo bilhão de pessoas", comentou.
No caso dos mercados emergentes, soluções de e-mail (como Ovi Mail, oferecido pela própria Nokia) e ferramentas como Life Tools (também desenvolvida pela Nokia e em testes na Índia, com informações financeiras enviadas para fazendeiros com cotação de produtos agrícolas) e Nokia Money (serviços bancários feitos via celular) ajudam, de acordo com a executiva. "No Nokia Money, por exemplo, não significa que as pessoas não têm dinheiro, mas sim que elas não têm acesso a serviços bancários", informou.
Por outro lado, os mercados ocidentais estão "se afogando em informações", segundo a vice-presidente da Nokia. "Aí que o poder do celular entra em campo. Serviços de localização, sempre conectados e ligados, preferências e personalização te mantém online e ajudam a tomar a melhor decisão". Nesse caso, serviços da plataforma Ovi (mapas, compartilhamento etc) vão levar a "localização social" para um próximo nível.
McDowell disse ainda que a Nokia começa a coletar informações, de maneira anônima, para determinados projetos específicos para que o celular seja também um sensor para prever situações. Um dos casos demonstrados, em teste feito em parceria com a Universidade de Berkeley, na Califórnia, usa o GPS do celular para rastrear informações sobre o trânsito.
O projeto já conta com 10 mil celulares em uso e pretende deixar o trânsito mais eficiente (e menos estressante) para os motoristas. Os dados são coletados de forma anônima, sem invadir a privacidade dos usuários."Desse modo, vamos 'supersentir' o mundo ao nosso redor", concluiu McDowell.
Informações do Zumo Notícias