A polícia chinesa está investigando um campo de treinamento semi-militar para viciados em internet, depois de um adolescente morrer aparentemente vítima de agressões físicas, disse a agência Xinhua.
Segundo a publicação “Global Times”, os três monitores supostamente responsáveis pela morte de Deng Senshan, 16, foram detidos pela polícia no domingo (2). Deng Fei, pai do jovem, pagou 7 mil yuan (cerca de R$ 1,9 mil) por um mês do tratamento, iniciado no sábado (1).
O pai disse ter assinado um acordo em que o acampamento se comprometia a “ajudar os jovens a se tornarem independentes e a corrigirem seus maus hábitos”. Para isso, eles seriam controlados de perto por professores treinados. “Nossos métodos são rígidos, mas não incluem tortura ou outras práticas que podem comprometer a saúde”, diz o contrato.
Deng Fei contou que seu filho foi colocado em uma solitária horas após a chegada no acampamento. Nesse local de confinamento, ele teria sido espancado pelos monitores, que o acusaram de correr muito devagar. “Meu filho era saudável, não era um criminoso. Ele era apenas viciado em internet quando o deixei no acampamento”, contou Deng Fei ao “Global Times”.
Ele disse ainda ter sido informado pela polícia, na segunda-feira (3) pela manhã, sobre a morte. A publicação afirma que o jovem foi levado a um hospital pelos monitores do acampamento e declarado morto dez minutos após sua chegada, às 3h (horário local) de domingo.
“O jovem não respondeu ao tratamento de emergência. Ele chegou com batimentos cardíacos fracos e não conseguia respirar. Estava exausto após ter sido espancado. Não conseguimos salvá-lo”, diz um documento do hospital, obtido pelo “Global Times”. A publicação também diz que as fotos tiradas do jovem, após sua morte, mostram ferimentos.
Fonte: G1 Tec