Info

20 out 2009 11h46

Com 7, Microsoft simplifica o Windows

  • URL Curta:
O Windows Vista deixa uma lição de moral para a Microsoft: nunca se coloca o carro na frente dos bois. O lançamento de um sistema operacional que dependia de hardware mais poderoso do que o existente na época, somado à pressa dos fabricantes de vender novas máquinas compatíveis-mas-nem-tanto jogou areia nos olhos de todo mundo que queria um sistema operacional moderno, mas que não funcionava direito.

Além disso, a falta de compatibilidade de dispositivos mais antigos que não tinham drivers levou ao máximo as frustrações com o Vista.

Em menos de três anos, entretanto, surge o Windows 7. A primeira boa notícia é que a Microsoft aprendeu a fazer grandes e bons projetos de testes beta dos seus programas. Já tinha feito um extensivo teste público com o Office 2007, e o mesmo ocorreu com o Windows 7. E esse foi um fator determinante para um bom resultado final com o Windows 7: mais gente testando, mais bugs e incompatibilidades reportadas, mais problemas corrigidos.

Quem instala o Windows 7 entende, desde o começo, que o sistema operacional mudou. Todo o processo de instalação ficou mais rápido e as conexões à internet existentes e disponíveis para o computador são identificadas imediatamente. Assim, as atualizações mais importantes já são instaladas durante o processo de configuração da máquina - ponto para a Microsoft.

Esse processo de atualização online também ajuda a encontrar os primeiros drivers perdidos. Em três cenários diferentes de instalação (um desktop com 3 anos de uso e dois netbooks novos), o Windows 7 escorregou em alguns momentos.

No desktop (um modelo da Lenovo com processador Pentium 4 2,6 GHz e 2,5 GB de RAM), a culpa nem pode cair sobre a Microsoft: a placa de som da Creative Labs está, por enquanto, sem funcionar, por causa do driver, mas o mesmo problema ocorreu na transição do XP para o Vista e demorou um bom tempo para o fabricante oferecer um driver compatível. De resto, todo o hardware foi reconhecido. Fato curioso para a instalação nessa máquina: não foi possível fazer upgrade do Vista para o 7, já que um estava com versão em português e o outro em inglês. Foi preciso formatar o computador e recomeçar do zero.

Nos netbooks, ambos com Windows XP, a situação foi um pouco mais confortável. Em um modelo da HP (mini 1120br), apenas o microfone não foi reconhecido. No modelo da LG (X110), todo o hardware passou sem nenhum problema. Outro ponto positivo é o fato de o Windows 7 Ultimate, teoricamente o que mais consome recursos do computador, rodar sem nenhum problema nos três computadores. Isso é um excelente sinal para os netbooks, que quase sempre não passam de 1 GB de RAM e têm menos recursos de vídeo (mas rodam o Aero sem falhas).

Falando em Aero, a primeira impressão do Windows 7 é a melhoria no visual e na organização das janelas. O recurso Aero Peek, que esconde as janelas ao passar o cursor do mouse pelo canto inferior direito da tela, pode ser muito útil para quem usa notebooks com trackpad. Na hora de passar para o mouse no desktop, não é difícil esquecer o cursor e esconder, sem querer, as janelas dos programas em uso.

Os arquivos agora estão em locais mais organizados dentro da Biblioteca, e no desempenho algumas ações de disco ficaram mais rápidas em relação ao Windows Vista. Coloque um pen drive na porta USB e o disco removível "monta" muito mais rápido no 7 que no Vista.

Conectar, por exemplo, um modem 3G com software de instalação e leitor de cartões em uma porta USB livre pode gerar, como no Vista, a reinstalação dos drivers do leitor de cartões quando se conecta a uma porta distinta. É um pequeno detalhe, mas que poderia ter sido resolvido.

A questão da conectividade melhorou bastante com o Windows 7, e até mesmo modems 3G USB são reconhecidos e podem ser usados sem necessidade do seu software controlador. Se pensar que encontrar uma rede sem fios - e configurá-la - no XP dependia de vários passos, no 7 basta um clique.

A compatibilidade com programas do XP e Vista é total. Nas três máquinas, distintos aplicativos (pacote Office, antivírus de diferentes fabricantes, editores de imagem, navegadores da web) feitos para Vista rodaram no 7 sem nenhum erro. E, em quase dois meses de uso da versão final do Windows 7 Ultimate, não ocorreu nenhum travamento de sistema. Será o fim da tela azul da morte?

Muitas das mudanças no 7, porém, não são visíveis pelo usuário. A Microsoft modificou a maneira que o sistema operacional lida com processos simultâneos, e agora recursos desnecessários não ficam mais ativos. Um bom exemplo disso é o controlador Bluetooth. Ele pode até permanecer ativo no computador, mas se não estiver conectado a algum dispositivo, fica fora de uso. Desse modo, a máquina consome menos recursos e gerencia melhor o uso da energia.

Com tudo isso, o Windows 7 promete ser um melhor sistema operacional que o Windows Vista. A questão dos testes extensos e da compatibilidade ajudaram a Microsoft a criar um melhor software, e até então tudo está funcionando muito bem. Com o Windows 7, a Microsoft simplificou o sistema operacional e o deixou mais fácil de usar. Fica no ar se a lua de mel irá continuar quando o software chegar às lojas, no próximo dia 22, e os consumidores vão continuar a experimentar a facilidade do 7 encontrada pelos primeiros usuários.

Nome: Windows 7
Desenvolvedor: Microsoft
Preços: R$ 329 (Home Basic), R$ 399 (Home Premium), R$ 629 (Professional), R$ 669 (Ultimate)
Prós: Mais leve que o Vista, ótima compatibilidade com programas e periféricos
Contras: Opções de upgrade limitadas, confuso sistema de múltiplas versões persiste


Por Henrique Martin - IG

© MNDTI - Tecnologia e Informação. Todos Direitos Reservados. Política de privacidade.